A Méliuz anunciou recentemente a compra de 45,72 bitcoins, desembolsando cerca de US$ 4,1 milhões na operação. O valor médio pago por cada unidade da criptomoeda foi de aproximadamente US$ 90.296,11. Com essa decisão, a empresa direciona cerca de 10% do seu caixa para o Bitcoin, adotando uma abordagem semelhante à de grandes corporações internacionais que utilizam o ativo como reserva estratégica.
Inspiração na estratégia da Strategy
Esse movimento remete à abordagem adotada pela Strategy (antiga MicroStrategy), que nos últimos anos transformou o Bitcoin em um pilar central de sua estratégia financeira. Desde o início das aquisições, a empresa americana acumulou centenas de milhares de unidades da criptomoeda, consolidando-se como uma das maiores detentoras institucionais do ativo.
No mercado financeiro, as ações da Strategy tiveram um desempenho expressivo ao longo dos últimos anos, valorizando-se de forma mais acelerada que o próprio Bitcoin em determinados momentos. No entanto, a volatilidade do mercado também impactou os papéis da companhia em períodos de baixa, refletindo a natureza especulativa da criptomoeda.
Valuation da Méliuz e desafios no mercado
Enquanto a Strategy conseguiu capturar a valorização do Bitcoin ao longo dos anos, a Méliuz enfrenta desafios no mercado acionário. O valuation da empresa passou por oscilações nos últimos anos, refletindo as dificuldades do setor e as mudanças estratégicas da companhia.
Um dos exemplos mais notáveis foi o caso do influenciador financeiro Thiago Nigro, conhecido como “Primo Rico”. Ele acumulou lucros milionários investindo na Méliuz, mas, diante da desvalorização das ações, acabou vendendo grande parte de sua posição com prejuízo. Esse episódio demonstra como a volatilidade pode impactar os investidores que apostam na valorização de determinadas empresas.
A decisão da Méliuz de direcionar parte de seu caixa para o Bitcoin pode representar uma tentativa de diversificação e proteção contra a inflação. No entanto, o impacto dessa estratégia ainda dependerá do comportamento do mercado e da aceitação do ativo como uma reserva de valor no longo prazo.
Méliuz pode abrir caminho para novas tendências
Com essa iniciativa, a Méliuz se torna uma das primeiras empresas listadas em bolsa no Brasil a investir uma parte relevante de seu caixa em Bitcoin. Se a estratégia se provar bem-sucedida, pode incentivar outras companhias a adotarem abordagens semelhantes para diversificação de ativos.
A adoção do Bitcoin como reserva de valor corporativa ainda é um tema debatido entre analistas e investidores. Enquanto alguns enxergam potencial de valorização no longo prazo, outros alertam para os riscos associados à volatilidade do ativo.
A movimentação da Méliuz pode ser um marco para o mercado financeiro brasileiro, testando a aceitação de ativos digitais como parte da estrutura financeira das empresas. A evolução desse modelo e seus impactos no valuation da companhia serão acompanhados de perto pelo mercado nos próximos meses.