Pablo Marçal, pré-candidato à prefeitura de São Paulo, maior e mais importante cidade da América Latina, é conhecido por suas críticas contundentes ao Bitcoin. Em suas declarações, ele não poupou palavras ao afirmar que “99% de quem mexe com Bitcoin é bandido” . Este ponto de vista polarizador o destacou na mídia, gerando debates acalorados entre entusiastas das criptomoedas e seus detratores.
Curiosamente, um novo livro disponível na Amazon, com o preço aproximado de R$ 54, apresenta uma teoria surpreendente: Pablo Marçal poderia ser o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto. Intitulado “Pablo Marçal é Satoshi Nakamoto?”, o livro explora essa hipótese intrigante, oferecendo uma narrativa que vai contra tudo o que sabemos sobre a identidade do enigmático criador do Bitcoin. É claro que, provavelmente, a criação deste livro é uma sátira, uma forma de chamar a atenção para a figura pública de Marçal e suas declarações polêmicas.
Analisando mais de perto, é altamente improvável que Pablo Marçal seja realmente Satoshi Nakamoto. Primeiramente, o Bitcoin foi criado por alguém com um profundo conhecimento de criptografia e programação, habilidades que Marçal não demonstrou publicamente possuir. Além disso, a criação do Bitcoin está intrinsecamente ligada à comunidade cypherpunk, um movimento com o qual Marçal não tem nenhuma ligação conhecida.
Outro ponto a considerar é o perfil de Satoshi Nakamoto. As poucas comunicações atribuídas a Nakamoto revelam uma pessoa extremamente reservada e meticulosa, contrastando fortemente com a personalidade pública e expansiva de Marçal. Nakamoto também desapareceu da cena pública em 2010, enquanto Marçal tem sido uma figura pública ativa nos últimos anos, construindo sua carreira como coach e político.
Finalmente, a ideia de que alguém que critica tão abertamente o Bitcoin poderia ser seu criador parece contraditória. Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin com a visão de uma moeda descentralizada, livre das influências governamentais e bancárias tradicionais, o que vai contra as críticas de Marçal que associam o Bitcoin a atividades criminosas.
Nos Estados Unidos, a abordagem em relação às criptomoedas tem sido igualmente polarizada. O ex-presidente Donald Trump expressou seu apoio ao Bitcoin e se autodenominou “crypto-president”, enquanto o atual presidente Joe Biden continua mantendo uma posição de ataque às criptomoedas, associando-as à lavagem de dinheiro e outros crimes. Esta divisão política ilustra como as criptomoedas podem ser um ponto central nas discussões eleitorais e de políticas públicas.
Com a proximidade das eleições municipais em São Paulo, o foco sobre Marçal e suas posições continuará a intensificar-se. Será que o homem que critica o Bitcoin de forma tão feroz pode realmente ser o gênio por trás de sua criação? E você, leitor, o que acha? Será que as críticas ao Bitcoin impactariam eleições locais no Brasil?